sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"Escrevendo o Futuro"


Entre quatro paredes
Na casa onde vivo, há três dormitórios e um deles, ainda que temporariamente, pertence a mim. Meu quarto, contudo, não tem pintura, não é bonito nem possui a sofisticação daqueles cômodos de revistas de decoração, que mais parecem ter sido retirados de contos de fada. Ainda assim, o melhor da minha alcova é que nela posso repousar tranquilamente e trancá-la para que ninguém a invada sem minha permissão.
Há dias em que meu quartinho está limpo e organizado, mas, algumas vezes, transforma-se, ou melhor, eu o transformo numa verdadeira baderna. A verdade é que, estando asseado ou bagunçado, eu sempre o mantenho trancado.
A única janela do cômodo não tem grades, porém, ao abri-la, posso contemplar a beleza das árvores e ouvir o canto dos pássaros, que voam livres pela região.
Ali, naquele pequeno quarto, a tristeza surge pela manhã e, às vezes, permanece até o final da tarde, porque, nesse período, ele não é habitado; isso até que vem a noite, chego em casa e meu acanhado quarto se alegra, já que ali me esqueço dos problemas e o preencho com meus pensamentos, sonhos e sentimentos de felicidade.
Para qualquer pessoa, meu quarto pode não parecer bonito, mas, para mim, ele possui um valor enorme e uma beleza indescritível.
Amanhã de manhã, tem aula, os problemas do cotidiano ressurgirão em meu caminho e meu quarto voltará a ficar vazio, triste e silencioso. Durante boa parte do dia, aquele cômodo solitário ficará ali melancólico, à minha espera, para, quando a noite chegar, a sua alegria voltar com a minha terna presença entre essas quatro paredes que compõem o meu universo particular.

Thainá Paveglio Corrêa - 
aluna da 8ª série da E. E. E. F. Mário Vieira Marques - CIEP

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